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Politica

Jornais europeus tentam 'decifrar' eleição

A polarização da eleição no Brasil tem chamado a atenção da imprensa estrangeira na reta final da campanha eleitoral. As publicações apontam os holofotes especialmente para Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto, e tentam explicar seu crescimento entre o eleitorado do País - no último Ibope/Estado/TV Globo, o capitão reformado aparece com 32% das intenções de voto. Em editorial publicado nesta sexta-feira, 5, o jornal britânico The Guardian afirma que Bolsonaro é um risco à democracia brasileira e que compará-lo ao presidente americano, Donald Trump, seria "bondade demais". "Ele elogia torturadores e a ditadura militar. Ele defendeu recentemente que seus opositores fossem fuzilados. Sua intolerância é retratada como 'honestidade'", aponta o jornal. O periódico britânico se junta a dezenas de outras publicações que tentam traduzir - e decifrar - a campanha presidencial brasileira. A lista inclui jornais de Alemanha, Argentina, África do Sul, Áustria, Austrália, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, México, Moçambique, Peru, Portugal, Polônia, Catar, Reino Unido e Suíça. No Reino Unido, a revista The Economist publicou, há duas semanas, reportagem de capa sobre Bolsonaro na qual o considera "um risco para a América Latina". Outros jornais do país, como o conservador The Times, também perfilaram o presidenciável do PSL. Críticas Jornais franceses também dedicaram artigos críticos ao capitão reformado. O Le Figaro diz que a campanha do deputado federal seduz um a cada cinco brasileiros, cansados da corrupção na política, da violência nas ruas e da interminável crise econômica com desemprego em massa. A publicação ainda afirma que Bolsonaro gosta de se comparar a Donald Trump e que nunca brilhou, "nem no quartel nem na Câmara dos Deputados", a não ser por provocações e discursos preconceituosos. O Le Monde coloca Bolsonaro como um "patriota" que ganhou atenção defendendo Deus, a família e falando da ditadura militar de 1964. O jornal francês ainda critica a carreira política do líder nas pesquisas. O Libération também aponta o desânimo da população com os casos recentes de corrupção pelo crescimento de Bolsonaro entre o eleitorado do País. "Racista, homofóbico e sexista, este capitão nostálgico da ditadura tira proveito do descrédito que pesa sobre a classe política brasileira." Para o periódico, Bolsonaro pode liquidar a democracia, se for eleito. O jornal ainda diz que o candidato do PSL quadruplicou suas intenções de votos nos últimos dez anos alimentando-se do ódio de determinadas camadas da população ao PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.