Em seu último comício de campanha antes do primeiro turno das eleições presidenciais, na Cinelândia (centro do Rio de Janeiro), o candidato do PSOL à presidência da República, Guilherme Boulos, criticou seus adversários e prestou homenagem a Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 14 de março. O crime continua sem solução.
"A maioria das pessoas, quando morre, recebe um minuto de silêncio. Nós achamos que o povo já teve que ficar quieto por muito tempo, então pedimos um minuto de palmas para Marielle", afirmou o presidenciável, discursando em palco montado a poucos metros da Câmara Municipal do Rio, onde a vereadora trabalhava.
Boulos centrou críticas em seu adversário do PSL, Jair Bolsonaro, que chamou de "fascista". Durante o discurso houve várias interrupções para que o público gritasse "ele não".
O candidato do PSOL também criticou a chapa de Ciro Gomes (PDT), fazendo menção à candidata à vice, Kátia Abreu (PDT): "Tenho ainda mais orgulho da minha vice quando lembro que ela já entregou o prêmio 'Motosserra de Ouro' a outra candidata a vice", afirmou.
Em dezembro de 2010, a índia Sônia Guajajara, que atualmente é a candidata a vice na chapa de Boulos e à época representava entidades ambientalistas, entregou a Kátia Abreu um prêmio irônico, em função de sua defesa do agronegócio e dos ruralistas, como senadora.
Durante o comício, Boulos também criticou o candidato do MDB, Henrique Meirelles, cujo slogan de campanha é "chama o Meirelles": "Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o (dinheiro do) Meirelles", disse o candidato do PSOL, referindo-se à proposta de instituir impostos sobre grandes fortunas.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também foi alvo de críticas de Boulos: "Onde está o dinheiro da merenda que ele roubou?", questionou.
O evento, que não chegou a lotar a Cinelândia, terminou por volta das 21h30.