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Polícia Federal cumpre mandados que miram Marconi Perillo e José Elinton

Operação cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador de Goiás Marconi Perillo e um mandado de prisão contra o coordenador da campanha de José Elinton, atual governador que tenta a reeleição

A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (28/9), 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao candidato ao Senado Federal e ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). São cumpridos também cinco mandados de prisão temporária, um deles contra o coordenador de campanha do governador José Elinton (PSDB), candidato à reeleição.
Intitulada de Cash Delivery, a operação apura pagamentos indevidos de valores a agentes públicos no estado. Segundo a corporação, foram constatados repasses suspeitos superiores a R$ 10 milhões em 2014. O objetivo é colher provas da prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa atribuída a Perillo, em colaborações premiadas de executivos da Odrebrecht, realizadas junto à Procuradoria-Geral da República.
A suspeita é de que, quando esteve no cargo de senador em 2010 depois como governador, em 2014, Perillo teria solicitado e recebido propina no valor de R$ 2 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contrados e obras no estado de Goiás.
Além de Perillo, são alvos da operação, o ex-presidente da Agetop Jayme Eduardo Rincon, coordenador de campanha do atual governador do estado, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as prisões temporárias foram pedidas para assegurar que eles não atrapalhem as investigações, destruindo ou forjando provas. Por ser candidato às eleições de 2018, a lei eleitoral não permite que Marconi Perillo seja preso entre 15 dias antes das eleições e 2 dias após o pleito.
Os mandados foram expedidos pela 11; Vara da Justiça Federal de Goiás e são cumpridos nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia (GO), Pirenópolis (GO), Aruanã (GO), Campinas (SP) e São Paulo. Os envolvidos, entre eles empresários, agentes públicos e doleiros, responderão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A investigação teve início em junho do ano passado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com a renúncia de Perillo ao mandato de governador de Goiás, o caso desceu para a primeira instância, devido a perda do foro privilegiado.

Defesa


Por meio de nota, a defesa do ex-governador Marconi Perillo repudiou a ação deflagrada. Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a busca e apreensão na residência de Perillo a 9 dias da eleição "assume um caráter claramente eleitoreiro e demonstra um abuso por parte do Ministério Público e do Poder Judiciário".
Segundo a nota, a ação é uma interferência "indevida e perigosa" contra a estabilidade democrática. "Os fatos citados pelo delator, sem provas, se referem a questões antigas. A falta de contemporaneidade, já decidiu varias vezes o Supremo Tribunal,é impeditivo de prisões e qualquer outra medida constritiva contra qualquer cidadão", escreveu.
A defesa também negou que o ex-governador tenha tido mandato de prisão decretado, mas que apenas a busca e apreensão, neste momento, "é uma grave agressão".