Em ato de campanha em Curitiba, capital do Estado que governou, o presidenciável Alvaro Dias (Podemos) sugeriu neste sábado (22/9), que o PSDB deveria desistir da candidatura de Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto para que haja uma união dos candidatos de centro, como defendeu, na quinta-feira (20/9), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"É um pouco tardia essa proposta. Louvo a preocupação com o futuro do país. Mas a primeira providência para que isso tivesse sucesso seria o PSDB renunciar a sua candidatura, o PSDB já perdeu quatro vezes para o PT e perderá a quinta, portanto é hora de oferecer espaço para outra alternativa, se o PSDB quer unir o centro, desista da sua candidatura", declarou.
Em carta aberta, FHC afirmou na quinta que "ainda há tempo de deter a marcha da insensatez", pedindo a união dos candidatos "que não se aliam a visões radicais". Sem citar nomes, o ex-presidente solicitou um acordo de apoio a quem "melhores condições de êxito eleitoral tiver" e alertou que, caso isso não ocorra, a "crise tenderá certamente a se agravar". Neste sábado, após receber críticas de candidatos, FHC disse que sua carta se dirigia aos eleitores e não aos presidenciáveis.
Na capital paranaense, Dias participou de uma caminhada na região central até a Boca Maldita, conhecido ponto de atos políticos da cidade. Em seu discurso, o presidenciável foi duro nas críticas, principalmente ao PT. "O Brasil não pode mais aceitar ser comandado por organizações criminosas. O Brasil não pode aceitar que um partido se transforme no PCC comandado de dentro do presidio, não pode aceitar um lançamento de candidatura à presidência na porta de uma penitenciária", disse, em referência à transferência de candidatura petista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Fernando Haddad.
Em entrevista, o candidato também criticou a polarização política, citando frase do Papa Francisco, segundo o qual as extremas direita e esquerda pregam que falam em nome do povo, mas, na verdade, não dialogam com a sociedade. "O Brasil vive uma crise de profundidade, quase que insolúvel, e fica imaginando que esse confronto da extrema esquerda com extrema direita levará o Pais a um porto seguro. Teremos tempo de sofrimento se o Brasil não acordar. Espero que a República de Curitiba acorde o Brasil nesse momento dramático", disse Alvaro.
Apesar de seu partido, o Podemos, estar coligado à candidatura de Ratinho Junior (PSD) ao governo do Paraná, na visita ao Estado, Alvaro Dias afirmou que se manterá neutro na disputa estadual. "Aqui no Paraná meu voto ao governo é secreto", declarou. Apesar da aliança formal com a sigla de Ratinho, o presidenciável conta com o apoio de vários políticos paranaenses que estão ao lado de outras campanhas, como da governadora Cida Borghetti (PP).