Na primeira eleição para cargos majoritários e proporcionais nos Estados e na União após a proibição das doações de empresas, o empresário Rubens Ometto, fundador da Cosan, é, até o momento, o maior financiador de campanhas.
De acordo com dados da Justiça Eleitoral, Ometto havia doado, até ontem, R$ 6,3 milhões para 50 candidatos, a maioria a deputado federal. Ele também fez repasses para cinco diretórios partidários. As doações abrangem 13 partidos e 13 Estados.
Os R$ 6,3 milhões doados pelo empresário representam 21% do que a Cosan Lubrificantes doou em 2014 (R$ 30 milhões), última eleição nacional antes de o Supremo Tribunal Federal proibir doações de pessoas jurídicas. A Corte vetou esse tipo de financiamento em julgamento concluído em setembro de 2015. O valor deste ano pode aumentar até o fim do primeiro turno, no dia 7 de outubro.
O segundo doador que mais injetou dinheiro em campanhas foi o empresário Nevaldo Rocha, dono da Riachuelo. Rocha distribuiu, entre cinco candidatos, um total de R$ 2,57 milhões. Os dois empresários estão na lista dos 42 bilionários brasileiros divulgada em março pela revista Forbes.
Regras. Ometto afirmou, por meio de sua assessoria, que os repasses para postulantes de diversas colorações partidárias, têm "caráter pessoal". O empresário preside o Conselho de Administração do Grupo Cosan, que possui negócios nas áreas de energia, logística, infraestrutura e agrícola.
"As doações eleitorais foram feitas em caráter pessoal e seguem as regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral e demais normas aplicáveis", informou a assessoria imprensa do empresário.
Do total doado de R$ 6,3 milhões por Ometto, R$ 1,1 milhão foi destinado a dez candidatos que são alvo de investigação na Operação Lava Jato. Esses políticos, de oito partidos e cinco Estados, receberam valores entre R$ 50 mil e R$ 250 mil.