Independentemente de quem vença as eleições presidenciais no Brasil, dada a perspectiva política polarizada, o novo presidente enfrentará desafios para estabelecer uma relação de trabalho com o Congresso que o capacite a governar efetivamente, apontou a agência de classificação de risco Moody's.
"Nosso cenário base não incorpora a aprovação de uma ampla reforma previdenciária e esperamos que o teto dos gastos seja alterado durante a próxima administração. No entanto, esperamos que uma relação de trabalho com o Congresso leve à aprovação de uma reforma da Previdência, consolidação fiscal e aumento da confiança do investidor", apontou Gersan Zurita, vice-presidente sênior da Moody's.
A agência pondera ainda que, no caso de o novo governo não conseguir retomar as reformas, haverá uma dinâmica fiscal adversa, e a volatilidade do mercado financeiro e a diminuição da confiança dos investidores influenciarão a recuperação econômica do Brasil. "Um ciclo de feedback negativo entre as forças fiscais e macroeconômicas levaria a um acúmulo de dívidas mais rápido do que em nossa linha de base", segundo o relatório da Moody's.
Em um cenário de continuidade de políticas, a Moody's espera uma recuperação gradual do crescimento do crédito, ativos e lucratividade estáveis. Mas, em um cenário de ruptura política, "os custos do crédito aumentariam, mas a capitalização do banco permaneceria estável, enquanto a indústria de seguros continuaria a desafiar a turbulência política e a estagnação econômica. O crescimento aumentará se a economia continuar se recuperando e o risco político diminuir", acrescentou a agência.