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'Não vamos caminhar sem resolver o problema do déficit', diz economista de Dias

Economista da campanha do presidenciável Alvaro Dias (Podemos), Ana Paula de Oliveira defende forte ajuste das despesas do governo como condição para a retomada do crescimento. Ela propõe a adoção de um "limitador emergencial de despesas", com um corte de cerca de 10% nos gastos da União. "Nosso maior problema é o déficit público. Não conseguiremos caminhar sem resolvê-lo", diz. Uma das metas é a reforma constitucional. Por que ela é necessária? Para dar mais flexibilidade ao Executivo na administração das despesas. Mais de 90% das despesas já têm destino fixo. Nosso maior problema econômico é o déficit público. Não conseguiremos caminhar sem resolvê-lo. Temos de ajustar o orçamento para, em dois anos, no máximo, zerar a geração de déficit. Como? No primeiro ano, aplicar um limitador emergencial de despesas, com um corte que vai ficar muito perto de 10% das despesas atuais da União e distribuí-lo de acordo com a prioridade definida pela sociedade. O objetivo é chegar muito perto de zerar o déficit já no primeiro ano. Ao longo de 2019, a ideia é estabelecer um orçamento base zero: esquecer o orçamento que há hoje e analisar linha a linha os gastos da União. A meta é crescer 5% ao ano. De onde esse crescimento virá? Até meados da década de 1970, o Brasil era um dos países que mais cresciam no mundo. Mas precisamos primeiro resolver o problema das contas públicas. Temos de reformar a Previdência. A proposta é criar um fundo previdenciário com contas individualizadas e capitalizadas com ativos da União, inclusive as estatais que hoje existem. Em relação ao sistema atual, somos a favor de unificar as previdências privada e pública, estabelecer o mesmo limite de benefícios, de R$ 5 mil, e aumentar idade mínima. Como cobrir o rombo do sistema previdenciário atual? A partir do momento que tivermos sobra, porque vamos conter despesas públicas, cobriremos o déficit da Previdência. Infelizmente, não existe mágica. Todas as estatais seriam privatizadas? A maior parte deve ser privatizada ao longo do governo. Algumas terão de ser extintas, outras, talvez, virem concessões. Algumas precisarão ser desmembradas. Mas não restringiria a privatização de nenhuma. Pode ser necessário aumentar impostos? Não. Faremos ajuste das despesas. Não vamos aumentar alíquotas ou criar impostos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.