O economista Paulo Rabello de Castro (PSC), candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-governador Alvaro Dias (Podemos), avaliou nesta segunda-feira, 10, que o deputado Jair Bolsonaro, concorrente do PSL na corrida pela Presidência da República, ficou mais próximo do segundo turno após o ataque sofrido pelo capitão da reserva na última quinta-feira, 6.
"A tendência é a direita estar qualificada na presença dele no segundo turno. Para isso, o atentado o qualificou um pouco mais", disse Rabello ao Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, após participar de evento que, além dele, reuniu assessores de candidaturas ao Planalto na capital paulista.
Apesar do comentário, o vice de Alvaro Dias considera que a eleição segue em aberto porque ainda há um grande grau de indecisão no eleitorado. Na avaliação dele, o pêndulo da política não vai nem para a esquerda, nem para a extrema direita, representada por Bolsonaro.
Para Rabello de Castro, o atentado não deve ajudar a reduzir significativamente a rejeição que faz Bolsonaro ficar atrás na maioria dos cenários de segundo turno testados na última pesquisa do Ibope. O capitão da reserva só está à frente quando o adversário é o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que deve substituir no pleito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja candidatura foi vetada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"As pessoas ainda querem uma proposta de paz e harmonia, de absorção da diversidade da sociedade brasileira, e de absoluta determinação do líder de fazer o que está programado", comentou Rabello.
Segundo ele, embora os adversários tenham evitado atacar Bolsonaro após o ataque, as críticas ao candidato não vão cessar. "Durante esse fim de semana, todos os demais candidatos se resguardaram em insistir nas críticas ao oponente principal, que é quem está na frente. Mas isso não os escusa de fazer uma crítica ao que o candidato propõe, que é praticamente nada".