Assessor econômico do presidenciável Guilherme Boulos, o economista Marco Antonio Rocha disse nesta quarta-feira, 5, que a reforma da Previdência não é uma prioridade no plano de governo do candidato do PSOL.
Ao citar cálculo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de que a reforma da Previdência teria gerado economia superior a R$ 4 bilhões se tivesse sido aprovada em junho do ano passado, Rocha considerou que mudar as regras das aposentadorias não resolveria no curto prazo o rombo das contas públicas.
"Essa questão de usar a reforma da Previdência para sanear o déficit público no curto prazo é igual procurar o pote de ouro no fim do arco íris", comentou o economista ao participar de sabatina em que respondeu a perguntas de estudantes do ensino público e do colégio particular Móbile, onde a entrevista foi realizada.
O coordenador do capítulo econômico do programa de Boulos disse que a Previdência precisa ser analisada sob a ótica do investimento, e não apenas do ponto de vista do gasto que o sistema atual representa.
"A Previdência não é só gasto, é investimento. Ela é estruturante da economia. Imaginem se, numa situação de crise, os idosos não tivessem benefícios previdenciários. Algumas cidades desaparecem sem benefícios previdenciários", comentou. Ele acrescentou que, embora se proponha a atacar distorções do modelo atual "daqui para frente", o plano do PSOL não vai mexer em direitos adquiridos.