O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu nesta quarta-feira (29/8) a quebra de sigilo fiscal de empresas envolvidas em um suposto esquema irregular de campanha na internet para o Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, o procurador regional eleitoral auxiliar Bruno Nominato quer que o Twitter informe os dados cadastrais de perfis que teriam atuado em prol do partido, após promessas de pagamento.
[SAIBAMAIS]De acordo com o texto da petição, o Twitter deve informar os nomes e demais dados pessoais dos usuários @pppholanda, @delucca, @choracuica e @cadefeminista, além de @joycelular e @AgenciaLajoy. A suspeita é de que o PT tenha repassado dinheiro para que influenciadores digitais reproduzissem mensagens de apoio aos políticos da legenda, entre eles a presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann.
O esquema foi denunciado pela jornalista Paula Holanda, administradora da conta @pppholanda. Ela revelou que recebeu proposta para difundir, mediante pagamento, conteúdo PT em favor do candidato ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, e do candidato à reeleição no Piauí, Wellington Dias.
O procurador Bruno Nominato quer que as informações sejam compartilhadas com todos os tribunais regionais eleitorais, para avaliar se outros políticos estão envolvidos na prática. A Apple foi intimada a informar quais clientes baixaram o aplicativo O povo feliz de novo, usado para concentrar o conteúdo a ser liberado na rede. O nome do aplicativo é o mesmo da coligação que envolve PT, PCdoB e Pros, e lançou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
A senadora Gleisi Hoffmann e disse que a legenda está apurando as denúncias. "O PT nunca adotou este tipo de prática, nossas relações com as redes sempre foram de respeito e militância. Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguando o que é isso, para esclarecer essa situação", afirmou.