A influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula Lula (PT), condenado e preso pela Operação Lava Jato, permeou o primeiro debate entre os principais candidatos ao governo de Pernambuco, realizado nesta terça-feira, 28, pela Rádio Jornal, no Recife. Os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos, o governador e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), que aparece com 27% na última pesquisa Ibope, e o senador Armando Monteiro (PTB), que tem 21% das intenções, tentaram vincular seus palanques ao petista que cumpre pena em Curitiba e rotular o adversário como integrante da "turma do Temer".
Juntamente com a candidata do PSOL, Danielle Portela, o ex-deputado federal e ex-líder do governo na gestão de Lula Maurício Rands (PROS) criticou os concorrentes por "tentarem se aproveitar da popularidade de Lula". "Todo mundo sabe que o candidato é Haddad e ficam querendo pegar carona na popularidade de Lula usando das velhas práticas da política como manipular a realidade", disse Rands.
Câmara, que tem o apoio do PT, foi o principal alvo dos adversários e respondeu às críticas ao seu governo culpando a "maior crise econômica do Brasil" e a "perseguição" do governo Michel Temer (MDB).
"Fomos perseguidos pelo presidente Temer e todos os seus aliados, mas estamos fazendo o que precisa ser feito. Nós apoiamos Lula porque ele vai fazer parceria com Pernambuco e vamos ter acesso ao crédito", afirmou Câmara, que citou o ex-presidente pelo menos quatro vezes durante o debate.
Armando Monteiro, que tem reafirmado ser eleitor de Lula, mas formou sua coligação com o PSDB, de Geraldo Alckmin, foi provocado por Rands a avaliar o desempenho dos ex-ministros do governo Temer Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), que concorrem ao Senado em sua chapa. "Foram leais à medida que estiveram na oposição. São homens honrados, e eu me sinto bem em andar com eles, porque o que nos uniu foi Pernambuco", disse o petebista.
Danielle Portela, que assim como Rands tenta se consolidar como uma "terceira via" e ocupar o vácuo deixado pela retirada da pré-candidatura de Marília Arraes (PT), atacou os três adversários "que em algum momento já foram governo" e, portanto, "não representam a novidade" que pregam. Citando a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), assassinada em março, Danielle prometeu cortar cargos comissionados e investir mais em educação, habitação, saúde e segurança.