postado em 27/08/2018 21:26
O candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes, fez critícas à Operação Lava-Jato, ao Ministério Público Federal, à Justiça e disse que gostaria de unir a esquerda na eleição presidencial, mas que só "vai conseguir isso no segundo turno". As declarações foram dadas pelo presidenciável em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.
Sabatinado durante 25 minutos pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos, Ciro foi confrontado sobre a principal proposta de campanha: tirar 70 milhões de brasileiros da lista negativa dos órgãos de proteção de crédito. Sem detalhar especificamente sobre como será feito isso, o pedetista afirmou que será necessário baixar juros para os endividados e parcelar o débito em até 36 meses. "Eu honro a minha palavra. Vou ajudar a tirar o nome das pessoas do SPC."
Em relação à Lava-Jato, Ciro disse que a operação "só vai prestar um bom serviço para o país se for equilibrada", citando que "ninguém do PSDB foi pego" pela força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Criticou ainda o vaivém da Justiça Federal em 8 de julho deste ano, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu um habeas corpus, concedido pelo desembargador Rogério Fraveto, plantonista naquele fim de semana no Tribunal Federal da 4; Região (TRF-4). "Se a lei é a mesma, não é possível o Juiz mandar prender e soltar quatro vezes no mesmo dia", afirmou.
Ciro também foi confrontado sobre a declaração de que colocaria a "a mão no fogo" sobre o presidente do PDT, Carlos Lupi. Bonner disse que Lupi é réu em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF). "Réu ele não é", disse Ciro. "Ele é", reafirmou o apresentador do telejornal. "Ele não é", rebateu o pedetista. "Ele é", cravou Bonner. "Tenho confiança cega nele", concluiu Ciro.
No fim da entrevista, Ciro teve que responder à tradicional pergunta sobre "qual Brasil ele quer para o futuro". O candidato disse que se preparou a vida inteira para ocupar o cargo de presidente da República, que deseja um país com creche e escolas em tempo integral e com mais segurança para a população. "Quero um Brasil em que a política não seja o símbolo da corrupção", concluiu.