A ala do PT que defende a ideia "ou Lula ou nada" ganhou força na última semana, conforme noticiado no domingo pela coluna Brasília-DF, no Correio. Com os resultados de pesquisas de intenção de voto dando ampla vantagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula, alguns correligionários passaram a sustentar que a estratégia de levar o nome de Lula à urna, mesmo com registro rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja posta em prática.
Se o plano for executado ; a decisão seria tomada até 17 de setembro, prazo para a troca de candidatura ;, pode causar conflito com partidos aliados, principalmente o PCdoB, que desistiu da candidatura de Manuela D;Ávila em troca de um projeto unificado da esquerda.
No começo do mês, a sigla afirmou que Manuela seria vice em ;qualquer circunstância;. Oficialmente, a legenda ainda defende total apoio à candidatura, e ainda não trabalha com outro cenário. ;São só especulações;, afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB).
Votos nulos
Na prática, se os petistas não substituírem o nome de Lula nas urnas, e o TSE barrar a candidatura, os votos destinados ao partido serão anulados ; e somados com os de outros eleitores que decidirem anular por razões diferentes.
O cientista político Geraldo Tadeu, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), considera que, se concretizada, a estratégia do PT seria ;arriscada; e poderia trazer prejuízos à democracia. ;É uma estratégia de tudo ou nada, de ruptura do sistema;, avalia.
Tadeu acredita que a Justiça Eleitoral vai agir para impedir qualquer ameaça à integridade e à legitimidade das eleições. Assim, para o cientista político, é possível que a Corte impeça o PT de colocar o nome nas urnas no dia da eleição, caso tenha a candidatura barrada. "Se não agir, isso ficará na conta da Justiça. A anulação dos votos do petista seria um desastre para a democracia", completou.
A tendência mais forte, porém, continua sendo a de o partido trocar o nome de Lula. Nesse caso, o candidato mais provável para substituição é do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que já compõe a chapa como vice.