Os próximos debates com presidenciáveis na tevê correm o risco de não contar com os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Lula porque está preso em Curitiba, Bolsonaro porque simplesmente pode não aparecer mais.
Segundo matéria da Folha de S. Paulo, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que a campanha avalia a possibilidade de o capitão reformado do Exército não comparecer aos próximos debates. ;Ele está de saco cheio desses debates inócuos, que não levam a nada. Não sabemos se ele vai aos outros. Tem 40%, 50% de chance de não ir;, afirmou Bebianno ao jornal.
Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás apenas de Lula. No Distrito Federal, é o preferido dos eleitores, segundo pesquisa encomendada pelo Correio Braziliense. No último Datafolha, quando Lula não está entre os candidatos, assume a liderança.
Mais tarde, durante evento em Araçatuba (SP), o próprio candidato disse que não deve participar de novas sabatinas e debates, mas manterá alguns compromissos já marcados. "Tem três debates na televisão que eu posso ir. Se eu for a todos a que me convidam, eu não faço campanha, e faltam só 40 dias", justificou.
Viral com Marina
Coincidência ou não, o anúncio de Bebiano ocorre após a última participação de Bolsonaro em um debate, realizado pela RedeTV. Na ocasião, o momento que mais repercutiu nas redes sociais foi a discussão entre ele e Marina Silva (Rede), cujo trecho viralizou nas redes sociais.
Bolsonaro perguntou a Marina se ela era a favor do desarmamento. "Não", respondeu a candidata, que aproveitou para atacar o capitão reformado, falando sobre a diferença de salário entre homens e mulheres. Bolsonaro contra-atacou: "Temos uma evangélica que defende plebiscito para aborto e maconha", disse.
Marina reagiu, gerando o momento mais compartilhado na internet. "Quando a gente é presidente, não pode fazer vista grossa, dizer que não precisa se preocupar. Precisa se preocupar. Precisa defender a injustiça", disse Marina. "Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Você fica ensinando os nossos jovens que têm que resolver na base do grito. Esses dias você pegou na mão de uma criança e ensinou a atirar. E esse ensinamento que quer dar a nossas crianças", completou (assista abaixo).
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