Na reta final para o prazo das convenções, doze partidos vão definir quais serão as estratégias adotadas para a corrida eleitoral. Pelo menos sete deles podem oficializar a candidatura ao Planalto. Os outros devem decidir se apoiarão outra sigla, ou se seguem neutros na disputa. Enquanto isso, os presidenciáveis ainda lutam para conquistar o máximo de alianças possíveis e garantir maior tempo de rádio e tevê ; e assim sair à frente na disputa para comandar o Palácio do Planalto.
As convenções devem ser realizadas até 5 de agosto. Entre aqueles que devem ser oficializados como candidatos à presidência durante a semana, estão: Manuela D;ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos).
No último fim de semana, a corrida ao Planalto começou a afunilar. O PSD desistiu da candidatura de Guilherme Afif Domingos, e o Solidariedade abriu mão de Aldo Rebelo. No sábado, o PTB também realizou a convenção do partido. Todas as três siglas decidiram apoiar Alckmin na disputa ; que já conta com a aliança do centrão (bloco formado por DEM, PR, PP e PRB).
Enquanto isso, outros pré-candidatos correm para conquistar apoio. Depois de perder o PR e o PRB, Jair Bolsonaro (PSL) tenta cativar o Pros. Sozinho até o momento, o ex-militar tenta aumentar o tempo de tevê, que chega a apenas sete segundos. Se conseguir a aliança, Bolsonaro pode receber mais 16 segundos de propaganda e totalizar 23 segundos.
Já Ciro Gomes (PDT) tenta, assim como os outros, diminuir as barreiras para a escolha do vice. O pedetista tem uma agenda voltada para reuniões internas com o partido. Hoje, ele deve se encontrar com dirigentes, em São Paulo, e discutir planos de governo. O impasse é que ele ainda depende de uma resposta do PSB, que não decidiu se deverá apoiá-lo, se seguirá o candidato indicado pelo PT, ou se continuará neutro ; priorizando assim as candidaturas estaduais. A decisão estava prevista para hoje, mas a sigla adiou a convenção partidária para o último dia do prazo, 5 de agosto.
Ontem, em São Paulo, antes de um debate sobre a situação da pesquisa científica no país, Ciro sugeriu que terá parte do PSB a seu lado. ;Não há propriamente negociações. Conversamos. Já adiantamos os peões. Acabamos de formalizar o apoio ao governador Casagrante, no Espírito Santo, ao Rodrigo Rollemberg, no Distrito Federal, a Márcio França, em São Paulo. Nós adiantamos nosso apoio de boa fé, esperando que isso facilite os entendimentos internos;, afirmou o pedetista.
Ele também fez um aceno ao PCdoB, que disse ter ;uma candidata extraordinária, a Manuela D;ávila;. E completou: ;Ela seria uma boa presidenta, quanto mais uma boa vice;.
Os presidentes das siglas de esquerda devem se reunir nesta semana para discutir articulações de campanha, em parte como resposta ao alinhamento do Centrão com Alckmin. Uma eventual união não é descartada. Com o fortalecimento do tucano graças às coalizões, agora, os adversários políticos devem discutir possíveis alianças para chegar ao segundo turno das eleições.
;Nós estamos revendo o formato de conversa. Estamos achando que, por conta dos quadros novos que foram apresentados, é melhor fazer reuniões bilaterais;, comenta a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos. Apesar de ainda não ter uma data definida para o encontro, o que o partido defende é uma união entre a esquerda para a campanha, mas a ideia ainda não agradou todas as siglas, já que a maioria tem candidato próprio para concorrer ao Palácio do Planalto. Até agora, apenas o PSB não tem candidato próprio à presidência. ;O que a gente defende, com convicção, é unir todos nós;, completa Luciana.
A convenção do partido está prevista para quarta-feira, com a oficialização do nome de Manuela. Mas, com a reunião, tudo pode mudar. Enquanto isso, o PSol oficializou a chapa Guilherme Boulos e Sônia Guajajara. O PDT também garantiu Ciro na disputa, ainda sem indicar vice. E o PT continua na expectativa de homologar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o cientista político André César, da Hold Assessoria Parlamentar, é natural a tentativa de união dos partidos de centro-esquerda, mas todos eles têm uma agenda programática distinta. ;Eles vão tentar negociar, fazer uma pauta em comum, uma agenda mínima. Dada a incerteza geral em torno das eleições, acho inteligente você tentar estabelecer um diálogo mínimo. Mas é um passo de cada vez, nesse sentido;, avalia.
Paes
O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes foi escolhido ontem na convenção do DEM como candidato do partido ao governo do estado. Ele comandou o Executivo municipal pelo PMDB entre 2008 e 2016.