Um dia antes da convenção partidária do PSL, Jair Bolsonaro mirou no candidato tucano Geraldo Alckmin. Afirmou que o ex-governador de São Paulo ;reuniu a nata de tudo o que não presta no Brasil ao lado dele;. Em solenidade de formatura de paraquedistas do Exército, no Rio de Janeiro, o deputado defendeu que a aliança com o blocão ; grupo composto por DEM, PP, PRB e Solidariedade ; pode até garantir tempo de televisão, mas, amarra o presidenciável à velha política. Foi a primeira vez que Bolsonaro endureceu o discurso ao falar de Alckmin.
O grupo que hoje desperta as críticas de Bolsonaro é o mesmo que ele tentou se aliar no início das conversas com os demais partidos. Em sabatina do Correio Braziliense, em 6 de junho, Bolsonaro foi questionado sobre a sua capacidade de governar e negociar com o Congresso. O capitão da reserva revelou uma espécie de carta de intenções rumo ao Centrão ; que, agora, apoia Alckmin ; em dar sustentação ao eventual governo dele. Durante o evento no jornal, o candidato foi questionado sobre o grau de fisiologismo do grupo e admitiu tal característica.
Bolsonaro, depois, disse que não estava se referindo aos deputados e senadores do Centrão ao atacar Alckmin. O parlamentar ainda explicou que mesmo com esse apoio dado aos tucanos, grande parte dos parlamentares das legendas em questão pretende apoiar um futuro governo seu. ;Ele é um general sem tropa porque 40% dos deputados que compõem esses partidos têm um compromisso de governabilidade sem o toma lá da cá conosco;, explicou o deputado.
Namoro
Muito antes de tentar se aproximar do Centrão, Bolsonaro namorava o PR. Convidou publicamente o senador Magno Malta para ser seu vice. Malta declinou do convite em evento na Assembleia Legislativa do Ceará. Depois, desmentiu. E disse que as notícias veiculadas pela imprensa são ;uma vergonha;. A desistência do senador, que chegou a sinalizar sua vontade de ser vice do capitão, deve-se, em parte à ala feminina do partido, que considerou a aliança prejudicial às suas candidaturas.
Bolsonaro deve ser oficializado hoje como o candidato do PSL à Presidência. O nome de seu vice ainda é mantido em segredo. O partido afirma estar ;se aproximando; de, ao menos, quatro pessoas. Uma delas é Janaína Paschoal (PSL), uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Semana passada, a advogada negou o convite, mas disse ;o temperamento dos dois formaria uma boa dupla;. O PSL respondeu dizendo que ;ainda não chamou Janaína, porque alguns nomes estão na frente do dela;.