Temer queria evitar uma aliança do MDB com os petistas no Estado, que podem lançar a ex-presidente Dilma Rousseff como candidata ao Senado, mas aceitou a ideia de que é preciso viabilizar alianças para tentar eleger o maior número possível de deputados e senadores do partido. A mudança teve o aval do presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), que afirmou ter como prioridade a eleição de uma bancada forte no Congresso.
Para isso, o novo presidente da sigla no Estado, Saraiva Felipe, disse que pretende abrir negociação tanto com Pimentel como com o senador Antonio Anastasia, pré-candidato do PSDB ao governo. Entre aliados de Anastasia, a avaliação é de que o tucano não está disposto a fechar aliança com o MDB, e a mudança no diretório abriria caminho para um acordo com PT, exatamente o que Temer tentou barrar.
Além disso, a dissolução deve afastar o MDB de Rodrigo Pacheco, pré-candidato ao governo pelo DEM, que negociava uma aliança com Andrade.
A aproximação com o PT também aumenta as dificuldades para a campanha do ex-ministro Henrique Meirelles, pré-candidato ao Palácio do Planalto, no segundo maior colégio eleitoral do País. No entanto, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Romero Jucá afirmou que "a nova direção do MDB de Minas apoia o Meirelles".
A preocupação do presidente com a situação em Minas vem sendo tratada nos últimos meses com o senador Aécio Neves (PSDB). Os dois se reúnem com frequência, sendo que a última agenda oficial foi na semana passada no Planalto.
A decisão de dissolver o diretório mineiro do partido ainda pode ser contestada na Justiça por Andrade, como ocorreu em episódio semelhante envolvendo o diretório do MDB de Pernambuco.