O Ministério do Trabalho foi invadido e teve gavetas e armários revirados durante o fim de semana, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A pasta é alvo das investigações da operação Registro Espúrio, da Polícia Federal.
A invasão só foi percebida durante a manhã desta segunda-feira (16/7), quando os funcionários chegaram para trabalhar. Assim que viram documentos jogados no chão e objetos espalhados, os servidores acionaram a segurança do prédio, que informou a Polícia Federal (PF).
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A sala invadida fica na sobreloja, que é o andar acima do térreo. Lá está localizado o data center do Ministério do Trabalho. O computador, com alta capacidade de armazenamento e processamento de dados possui documentos e informações sensíveis e importantes, como registro de processos realizados pelas equipes do prédio.
Registro Espúrio
Em maio deste ano, a Polícia Federal apontou a existência de um grande esquema no Ministério do Trabalho para cobrar propina pela emissão de registros sindicais. Na primeira fase da operação Registro Espúrio, foram alvos de buscas os deputados Paulinho da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB). A prisão deles chegou a ser solicitada ao STF, mas foram negadas pelo ministros Edson Fachin.
A deputada Cristiane Brasil (PTB), indicada para o comando da pasta, foi principal alvo das ações deflagradas pela PF e pelo Ministério Público Federal na segunda fase da operação. Já a terceira fase levou a queda do então ministro, Helton Yomura. Ele foi afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), ao ser apontado como integrante do esquema de corrupção que envolveu políticos e servidores públicos na cobrança de propina que se instalou na pasta. Nas últimas semanas, a PF aprofundou as informações sobre os envolvimentos e chegou também até a Câmara, onde o gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) foi alvo de buscas.