A fotografia mostra os militantes do MR-8 soltos em troca da libertação do embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado pelo grupo em parceria com a Aliança Libertadora Nacional (ALN). Na imagem, estão o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado federal Vladimir Palmeira e o jornalista Flávio Tavares. A pessoa que o boato acusa de ser o ministro do Supremo é o músico Ricardo Villas Boas.
No boato, o nome do magistrado é escrito de forma errada, com um "i" depois do último "w". E a imagem ainda cita uma data anterior à da libertação: 23 de maio de 1965. Os presos foram soltos em 6 de setembro de 1969, dois dias depois do sequestro. Esses tipos de erro - juntamente com a ausência de fontes confiáveis - costumam ser comuns nas mentiras espalhadas em redes sociais.
O sequestro
O embaixador Charles Elbrick foi sequestrado em 4 de setembro de 1969, como forma de pressionar o regime militar a libertar presos políticos. Entre os principais articuladores do sequestro estavam o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins e o jornalista Cid Benjamin. O jornalista e político Fernando Gabeira também participou da ação.
O sequestro e a libertação de 15 presos políticos ocorreram no Rio. Na época, Lewandowski era estudante universitário em São Paulo, onde se formou, em 1971, em ciências sociais e políticas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp SP). O ministro também se graduou em 1973 em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, como mostra seu currículo no STF.
Os presos libertados em troca da soltura do embaixador Charles Elbrick foram Luís Travassos, José Dirceu, José Ibrahim, Onofre Pinto, Ricardo Villas Boas, Maria Augusta Carneiro, Ricardo Zarattini, Rolando Frati, João Leonardo Rocha, Agonalto Pacheco, Vladimir Palmeira, Ivens Marchetti, Flávio Tavares, Gregório Bezerra e Mário Roberto Zanconato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.