A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, demonstrou preocupação com os manifestantes que pedem "intervenção militar" durante a greve dos caminhoneiros, que ainda afeta ao menos 18 estados nesta quarta-feira (30/5). Durante a abertura da sessão, a ministra disse que "não existe nenhum caminho sem ser a democracia".
[SAIBAMAIS]Cármen Lúcia destacou que, apesar de o tribunal estar decidindo sobre outros assuntos, não pode deixar de se preocupar com o momento por qual passa o país. "Não poderia deixar de acentuar que esta sessão e a atuação deste Supremo Tribunal Federal, no exercício de sua competência para julgar, é cumprida hoje com profunda preocupação, atenção e responsabilidade com o grave momento político, econômico e social experimentado pelos cidadãos brasileiros", afirmou.
A magistrada lembrou que no século passado o Brasil enfrentou diversos entraves para restaurar a democracia e a participação popular nas decisões políticas. "Lutamos e conquistamos a democracia, trabalhamos como órgão direta e soberanamente responsável pela sua manutenção e aperfeiçoamento permanente. Somos juízes a serviço do Estado Democrático de Direito. Também na democracia se vivem crises. Mas dificuldades se resolvem com a aliança dos cidadãos e a racionalidade, objetividade e trabalho de todas as instituições", completou.
No décimo dia de greve dos motoristas de caminhões, cresce o número de manifestantes que não tem ligação com o movimento. Como o Correio revelou na edição de hoje, grupos radicais tem realizado ameaças nas rodovias e até depredado veículos que tentam passar pelos bloqueios.