Jacqueline Saraiva
postado em 15/05/2018 08:10
Um dos presos na Operação Efeito Dominó, da Polícia Federal, é o doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará. Conhecido como um dos delatores da Operação Lava-Jato, ele foi preso preventivamente em João Pessoa. Outras 7 pessoas foram alvo de mandados de prisão na operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, realizada em 6 estados e no Distrito Federal.
A polícia destacou que Ceará havia firmado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). O termo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como delator, ele mencionou nomes de políticos como Fernando Collor de Mello, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues por envolvimento no esquema de corrupção da Lava-Jato.
Todos negaram à época as acusações. No caso de Randolfe Rodrigues, o então ministro Teori Zavascki, na época relator do processo da Lava-Jato no STF, determinou o arquivamento das denúncias contra o senador, líder da Rede Sustentatibilidade no Senado Federal, citado falta provas pelo delator, que atuava na Lava-Jato com o doleiro Alberto Youssef.
Todos negaram à época as acusações. No caso de Randolfe Rodrigues, o então ministro Teori Zavascki, na época relator do processo da Lava-Jato no STF, determinou o arquivamento das denúncias contra o senador, líder da Rede Sustentatibilidade no Senado Federal, citado falta provas pelo delator, que atuava na Lava-Jato com o doleiro Alberto Youssef.
Carlos Alexandre chamou atenção dos investigadores pelo fato de ter retornado ao crime mesmo tendo fechado um acordo de colaboração premiada. Em nota, a PF afirmou que deve comunicar tanto a PGR quanto o STF sobre a prisão do réu colaborador "para avaliação quanto a quebra do acordo firmado."
Prisões em seis estados e no DF
A Operação Efeito Dominó prendeu 8 pessoas em uma investigação de tráfico internacional de drogas comandada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes da América do Sul. A ação, intitulada Efeito Dominó, uma alusão ao fato de existir um efeito em cascata no tráfico internacional de entorpecentes, é um desdobramento de investigações iniciadas em 2017, que resultaram na chamada Operação Spectrum, quando a PF desarticulou o esquema do traficante.
Cerca de 90 policiais federais cumpriram 26 ordens judiciais, sendo cinco mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 18 de busca e apreensão. As ações ocorreram nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, São Paulo e no Distrito Federal. Em Brasília, foram cumpridos 2 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva.
A investigação ressalta a complexa e organizada estrutura chefiada pelo Cabeça Branca, destinada à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. "As investigações demonstram robustos indícios acerca do modus operandi da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos clientes dos doleiros investigados", afirmou a PF em nota.
Veja a lista de mandados judiciais cumpridos na Operação Efeito Dominó:
RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro
; 4 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
Maricá
; 1 mandado de busca e apreensão
PARAÍBA
João Pessoa
; 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Cabedelo
;1 mandado de busca e apreensão
PERNAMBUCO
Recife
; 3 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva
CEARÁ
Fortaleza
;1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
DISTRITO FEDERAL
Brasília
; 2 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
MATO GROSSO DO SUL
Campo Grande
; 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Amambai
; 1 mandado de busca e apreensão
Dourados
; 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
SÃO PAULO
São Paulo
; 2 mandados de busca e apreensão