O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), solicitou, nesta segunda-feira (14/5), que a CIA, agência de inteligência norte-americana, forneça os documentos de que dispõem sobre torturas e assassinatos realizados no Brasil durante o regime militar (1964-1985). O documento, redigido na Embaixada do Brasil em Washington, foi enviado para autoridades dos Estados Unidos como um pedido diplomático.
A solicitação do Itamaraty atende a um pedido do presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, filho do jornalista morto em 1975 após ser detido pelos militares.
Um memorando da CIA revela que o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre os anos de 1974 e 1979, autorizou o assassinato de opositores durante o período em que ocupou o cargo. No entanto, a CIA não tornou público todos os registros que tem referente ao assunto.
Segundo os documentos, Geisel também autorizou a tortura de pessoas que se opunham ao governo militar. A expectativa é que os novos documentos descrevam quais ordens foram dadas por Geisel aos subordinados e ajudem a entender onde estão os corpos de presos políticos que continuam desaparecidos até hoje.
O governo norte-americano não tem um prazo para atender a solicitação. No entanto, nesses casos, em nome da cordialidade entre as duas nações, geralmente as demandas são atendidas com celeridade.