Jornal Correio Braziliense

Politica

Entre a ironia e a cobrança, Bolsonaro e Manuela D'Ávila reagem a revelação

Os pré-candidatos à presidência da República comentam os documentos norte-americanos que mostram envolvimento do Palácio com execuções políticas na época da ditadura


A divulgação de documentos norte-americanos que mostram que o general Ernesto Geisel autorizou a continuidade da política de ;execução sumária;, instituída no país durante o regime militar, entrou no radar de candidatos ao Palácio do Planalto. O candidato do PSL, o militar da reserva Jair Bolsonaro (RJ), comparou as informações sobre assassinatos de inimigos políticos durante a ditadura com as palmadas que os pais dão nos filhos durante a infância.

;Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece;, disse o deputado federal a uma rádio de Belo Horizonte. Bolsonaro explicou ainda o que acha que ocorreu para que o documento tenha sido produzido. ;Talvez o cara tenha ouvido uma conversa atravessada, fez o relatório e mandou. Em seguida, citou matéria publicada na imprensa sobre mortes ocorridas de militantes políticos e militares durante a ditadura. O momento era outro. Ou a gente botava para quebrar, ou o Brasil estava perdido.;

Paradeiro


;Ainda que assombrosa e repugnante, não traz nenhuma surpresa a notícia de que a execução de centenas de presos políticos teve o respaldo da Presidência durante a ditadura. Como é típico dos regimes autoritários, a violência e as atrocidades não têm como ocorrer sem a participação daqueles que estão no primeiro escalão;, disse Marina Silva (Rede), em sua conta no Twitter.

Na mesma rede social, a candidata do PCdoB ao Planalto, Manuela D;Ávila, afirmou que os documentos revelados perturbam todos que têm ;uma história de luta pela memória e a verdade dos tenebrosos anos da ditadura militar;. ;As provas de que a cúpula do regime ; Médici, Geisel, Figueiredo ; esteve diretamente envolvida nos assassinatos dos ;subversivos; que ousaram desafiar o regime é uma verdade grande demais para seguir encoberta;, escreveu.

Manuela completou dizendo que ;precisamos insistir na busca da verdade e do paradeiro daqueles que foram torturados, mortos e desaparecidos com a autorização e a cumplicidade do Palácio do Planalto;. As declarações de todos os presidenciáveis receberam mensagens de apoio e de repúdio nas redes sociais. As de Bolsonaro ; que não falou sobre o assunto na internet ; foram majoritariamente negativas. (BB e GV)