O Patriota irá chancelar seu novo nome e atualizará a linha ideológica que seguirá: a pauta ecológica deixa de ser protagonista e passa a dividir espaço com temas mais conservadores como a família. Adilson Barroso, presidente nacional do Patriota, diz que a atualização do estatuto deixa mais clara a ideologia partidária a ser seguida. ;Estaremos mais alinhados à direita. Além da sustentabilidade, a família, a valorização da matéria prima brasileira e a industrialização nacional se tornaram pautas defendidas por nós;, resume.
O extinto PEN mudou de nome durante a filiação do deputado Jair Bolsonaro, anunciado no começo do ano como pré-candidato a presidente em 2018. O deputado desistiu da sigla e se filiou ao Partido Social Liberal (PSL), partido no qual ele disputará as eleições. Mesmo sem a presença de Bolsonaro, o Patriota seguiu com o projeto. ;Mesmo tendo sido pensado por ele (Bolsonaro), resolvemos seguir com o projeto. Demoramos para mudar e não valeria a pena voltar atrás;, explica.
Adilson faz mistério quando o assunto são as apostas e costuras políticas para o pleito que ocorrerá daqui a cinco meses. ;Estamos deixando bastante livre os pré-candidatos;, pondera. Segundo ele, DF, Maranhão e Alagoas podem ter candidatos na disputa pelo Executivo local. Em São Paulo, a ideia foi abortada. O Patriota conta tem cinco deputados federais ; três pegaram carona na janela partidária ; e 14 estaduais.
Com nove diretórios estaduais formados, o registro definitivo do Novo foi deferido pelo TSE em 2015. A cúpula da sigla reúne sobretudo empresários, advogados e servidores públicos. O movimento para a criação do partido começou em 2011. Pessoas que nunca tinham se candidatado a nenhum cargo eletivo se uniram e passaram a defender a redução das áreas de atuação do Estado. Agora, o estatuto do partido passará pelo crivo do TSE para regras como o não uso de dinheiro do fundo partidário para campanhas e processo seletivo para candidaturas.
A sigla já conseguiu eleger quatro vereadores nas eleições municipais de 2016, sendo em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. O projeto político inclui até candidato próprio à Presidência da República. João Amoêdo levará o nome do partido na busca pelo Palácio do Planalto. Na busca por governadores, o Novo aposta em Romeu Zema Neto, em Minas Gerais; Mateus Bandeira, no Rio Grande do Sul; Alexandre Guerra, na capital federal; entre outros. No Rio de Janeiro, Marcelo Lesniczki de Campos concorrerá a deputado federal. Nomes incomuns nas urnas.
Herdeiro da rede Giraffas, Alexandre Guerra, postulante do Palácio do Buriti, acredita que as regras adotadas no partido ;são ferramentas capazes de fazer mudanças;. ;Tem muito partido falando em renovação, mas para ele acontecer de fato precisa de ação. Como cidadão observo o quanto a gestão pública custa às pessoas e como esse recurso é má utilizado;, defende.