A ex-presidente Dilma Rousseff tentou, sem sucesso, visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (23/4). Ela chegou ao local por volta das 15h, acompanhada da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. Dilma resolveu ir até a Polícia Federal, mesmo tendo a visita sido negada pela Justiça. Essa foi a sexta vez que políticos tentaram visitar o petista desde que ele foi preso, no dia 7 deste mês.
Um grupo de apoiadores de Lula, incluindo Dilma, pediram autorização ao Tribunal de Justiça do Paraná para ver o petista, que está em uma sala de Estado-Maior no quarto andar do prédio da PF, na capital paranaense. A juíza Carolina Moura Lebbos, da 12; Vara Federal de Curitiba, negou o pedido da ex-presidente e de uma comissão de parlamentares.
A magistrada destacou, na decisão, que tem recebido uma grande quantidade de pedidos de pessoas que querem realizar visitas ao ex-presidente. ;Em duas semanas da efetivação do encarceramento, chegaram a este juízo requerimentos de visitas que abrangem mais de uma dezena de pessoas, com anuência da defesa, sob o argumento de amizade com o custodiado;, afirmou.
Ao negar os pedidos, a juíza destacou que, no prédio da PF, ocorre atendimento ao público, investigações e outras atividades, o que justifica a restrição no número de visitantes de cada interno. ;Analisa-se, no caso em exame, limitação de cunho geral relativa a visitas na carceragem da Superintendência da Polícia Federal. Apenas familiares são autorizados a visitar os detentos, sem prejuízo do acesso aos advogados;, afirmou.
Advogados
O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), que é advogado, argumentou que, por conta da profissão, deveria ter acesso ao interior do prédio e ir até o local onde está o colega de partido. No entanto, a juíza Carolina Moura acatou o entendimento do Ministério Público Federal e lembrou que parlamentares não podem advogar contra a União. ;Os parlamentares estão impedidos de advogar em causas que envolvam a administração pública direta e indireta, bem como concessionárias ou permissionárias de serviço público;, diz um trecho do texto.
Do lado de fora da Superintendência da PF, manifestantes que acampam a menos de 100m do prédio gritavam palavras de ordem, como ;Lula livre;, e recebiam a visita de parlamentares. A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que participa da mobilização, contou que o acampamento não tem data para ser desfeito. ;Não estamos aqui só pelo Lula. É por tudo que ele fez para esse país. É pelo direito das mulheres. No governo dele, as mulheres tinham representatividade, tinha política pública;, afirmou.