A Justiça negou, nesta quarta-feira (18/4), autorização para que o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Perez Esquivel, visite o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia. A decisão foi da juíza Carolina Lebbos, da 12; Vara Federal de Curitiba, responsável pela custódia do petista.
Esquivel, que é o principal articulador da indicação de Lula ao prêmio Nobel da Paz, viajou para Curitiba com a finalidade de visitar o ex-presidente e inspecionar as instalações da Superintendência da Polícia Federal como representante da Serviço de Justiça e Paz (Serpaj).
Segundo a decisão da juíza, não há fundamento legal que apoie o pedido, uma vez que o ex-presidente se encontra em uma sala separada dos outros presos, não havendo violação de seus direitos. A magistrada reforçou ainda que o direito dado a órgãos internacionais não são estendidos a órgãos sociais de caráter não governamental.
No despacho, a juíza cita ainda que Lula recebeu uma visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado na quarta-feira e que, "repetidas visitas sem motivação dificultam a rotina do local, acabando por prejudicar o adequado cumprimento da pena e a segurança da unidade e de seus arredores;.
Homenagem a Marielle
O vencedor do Prêmio Nobel participou, na terça-feira (17/4), no Museu da Maré, no Rio de Janeiro, de uma homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) e ao motorista Anderson Gomes, brutalmente assassinados em 14 de março. Ele afirmou que Marielle é um exemplo da luta pela liberdade. "Ela lutava pela democracia, pelo direito do povo, e por isso foi morta. É uma semente de vida que dá esperança. Sua luta não é em vão", ressaltou.
No ato, Adolfo Esquivel disse que a indicação de Lula ao Nobel será feita em setembro. Até lá, ele pedirá também o apoio de outros laureados pelo mundo.