O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse na tarde desta segunda-feira, 9/4, após uma reunião de cúpula da segurança, que as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, "caminham de forma positiva". Os dois foram mortos no dia 14 de março e, até agora, ninguém foi responsabilizado pelo crime.
[SAIBAMAIS]Além do procurador-geral, participaram da reunião o secretário de segurança, general Richard Nunes; o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa; o superintendente da Polícia Federal no Rio, Ricardo Andrade Saadi; o promotor responsável pelo caso, Homero das Neves Freitas Filho; e o delegado que preside as investigações, Giniton Lages. Eles ficaram reunidos durante cerca de uma hora. Somente Gussem falou com a imprensa ao fim da reunião.
"Fizemos uma reunião de trabalho para alinhar algumas questões ligadas à investigação do caso Marielle/Anderson", disse o procurador-geral, lembrando que o caso continua sob sigilo. "Foi uma reunião muito positiva, acredito que as investigações caminham de forma positiva."
Perguntado se alguma novidade no caso poderia ser esperada a curto prazo, Gussem afirmou: "Tem toda uma dinâmica do caso a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo tudo com o cuidado necessário, obviamente o tempo das autoridades da área jurídica e do delegado é diferente da expectativa da imprensa porque é um caso que requer muito cuidado, muita atenção". E acrescentou: "Mas, sem dúvida alguma, acreditamos na linha de investigação que está sendo seguida".
Gussem disse ainda que o objetivo da reunião não era fazer nenhuma cobrança. "De jeito nenhum", garantiu. "A reunião estreita o diálogo entre o Ministério Público e a estrutura de segurança do Estado. Mantemos um diálogo permanente, um contato permanente, não só sobre esse caso, mas também de muitos outros "
Coincidência
O procurador-geral garantiu que foi uma "coincidência" o fato de a reunião de cúpula da segurança ter acontecido um dia depois do assassinato de Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, líder comunitário e colaborador do gabinete do vereador Marcello Siciliano (PHS), ouvido na última sexta-feira, 6/4, como testemunha no caso Marielle.
"Isso foi uma mera coincidência, a reunião já estava ajustada há três dias, desde sexta-feira", declarou.
Gussem afirmou também que a operação policial que prendeu cerca de 150 milicianos na madrugada do sábado, 7/4, em Santa Cruz, na zona oeste, tampouco está relacionada ao caso do assassinato da vereadora.
"O cerco às milícias é uma tendência que vem ganhando corpo cada vez mais, e as autoridades locais vão fazer o enfrentamento com toda habilidade e coragem", disse.