A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chegou nesta sexta-feira, 6/4, ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) para transferir seu título do Rio Grande do Sul para o Estado e utilizou a saúde da sua mãe, que mora em Belo Horizonte, para justificar a mudança.
[SAIBAMAIS]Dilma, porém, admitiu a possibilidade de disputar as eleições. Mais cedo, o líder do governador Fernando Pimentel (PT) na Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), disse que a ex-presidente será candidata ao Senado.
"Estou transferindo o título porque tenho parte da minha família aqui. A minha mãe tem 94 anos. Eu tenho vindo muito aqui. Achei que seria bom estar com meu título eleitoral aqui", afirmou a ex-presidente, ao chegar ao TRE, acompanhada de Pimentel.
"Mas vocês podem ter certeza, campanha, eu vou fazer. Pro Senado ou não. Porque acho que o Brasil precisa de uma transformação. Acho que o Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo. Acho que o Brasil precisa de um processo de pacificação que só é possível se tivermos eleições diretas. Eu participarei em qualquer condição", acrescentou. A ex-presidente disse ainda esperar que Lula seja candidato em 2018.
Antes de Dilma, Pimentel afirmou que a ex-presidente estava transferindo o título por causa da mãe, mas afirmou que a colega de legenda "evidentemente está sempre à disposição dos partidos que compõem a nossa base". "A candidatura é uma conversa que será decidida mais adiante, ouvindo todos os nossos aliados", disse Pimentel.
Tudo pronto
Apesar dos discursos de Dilma e Pimentel, o líder do governador na Assembleia afirmou que a chapa já está fechada com Pimentel como candidato à reeleição, Dilma e o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (MDB), nas duas vagas para disputa pelo Senado por Minas.
O vice de Pimentel, segundo o parlamentar, seria Josué Alencar, que estaria saindo do MDB e indo para o PR. A assessoria de Josué ainda não confirmou a mudança.
Tensão
Antes da chegada de Dilma ao TRE, apoiadores da ex-presidente hostilizaram repórteres que esperavam a chegada da petista. Um repórter da Rede Globo deixou o local e voltou depois com o microfone da empresa descaracterizado. Um repórter da Rádio Itatiaia bateu boca com manifestantes. Parlamentares que estavam em frente ao local pediram calma aos correligionários.
Ainda durante a espera da ex-presidente, um motorista passou pelo local, discutiu com manifestantes, levou o carro até adiante e jogou uma bomba semelhante às utilizadas por torcidas de times de futebol próximo a estádios. Ninguém se feriu.
O prazo para mudança de partido para o pleito de outubro, desincompatibilização de cargos e troca de domicílio eleitoral, como é o caso da ex-presidente, termina neste sábado, 7/4. Porém, por ser sábado, as saídas dos cargos e mudança de legendas e domicílio precisam ser feitas até esta sexta-feira, 6/4, segundo o TRE-MG.