O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a noite no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, acompanhado dos filhos e correligionários. Após a decretação da prisão pelo juiz Sérgio Moro, no início da noite desta quinta-feira (5/4), o ex-presidente, condenado a 12 anos e um mês de prisão no processo do caso tríplex do Guarujá, tem até às 17h desta sexta (6/4) para se apresentar "voluntariamente" à Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava-Jato.
Até o momento, Lula não informou se vai se entregar no prazo determinado pelo juiz Moro, se vai aguardar o cumprimento do mandado de prisão ou se pretende resistir. Ele não discursou no carro de som durante o ato da noite de quinta, apenas acenou por volta das 2h desta sexta e desceu para cumprimentar alguns aliados.
A ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e os candidatos à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D;Ávila (PC do B) estiveram presentes ontem à noite no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em apoio ao petista. Moradores de ocupação do MTST em São Bernardo também fizeram caminhada até o local. Contudo, durante a madrugada, o número de apoiadores caiu. Eles prometem voltar ao local ao longo do dia. Às 7h desta sexta, não havia movimentação em frente ao prédio do sindicato.
Lula retoma agenda e recebe Haddad
Lula descansou entre 2h30 e 7h desta sexta-feira (6/4) sozinho, em uma das salas da sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. na noite desta quinta-feira (5/4) depois de o juiz Sérgio Moro ter decretado sua prisão. Por volta das 8h, Lula tomava seu café da manhã em local privado, no segundo andar do prédio.
Segundo a assessoria do ex-presidente, ele "acordou bem" e, ao longo da manhã, vai retomar a agenda de receber visitantes. Até o momento, não há previsão de Lula conceder entrevista nem de falar com os militantes que estão no local para apoiá-lo.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, já chegou à sede do sindicato para conversar com Lula. Há uma possibilidade de Haddad dar entrevista após o encontro.
Clima tranquilo
A ordem de prisão pouco alterou a rotina no bairro onde o petista mora em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista e berço político do petista. Por volta das 8h30, apenas profissionais da imprensa estavam posicionados em frente ao prédio onde Lula mora, à espera da eventual passagem dele pela residência antes da viagem a Curitiba. Lula ainda não disse se irá se entregar.
Por enquanto, Lula, assim como seus apoiadores, segue na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, que está a cerca de um quilômetro de onde mora.
Cinco viaturas da Polícia Militar e outra da Guarda Municipal fazem ronda pelas redondezas, sem estacionar, no entanto, os veículos no endereço residencial do ex-presidente.
Apenas algumas poucas manifestações foram registradas nesta manhã. Alguns carros passam buzinando pelo local e dois motoristas gritaram "cadeia" ao passar pelo local.