O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, alertou que ele será difícil de engolir ao confirmar que pretende se licenciar do cargo de ministro para retornar ao Congresso Nacional e apresentar pessoalmente o pedido de impeachment junto ao Senado Federal contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso.
;Na vida já inventaram cerveja que não engorda (...) Querem inventar o homem diet, bonzinho. Só que eu não sou. Eu sou difícil de engolir. Eu não sou diet;, afirmou Marun, nesta quinta-feira (15/3), ao ser questionado sobre a iniciativa de afastamento do cargo para entrar com o pedido de impeachment do ministro do STF. O ministro contou que pretende apresentar o pleito pessoalmente e entregá-lo ;em mãos; ao presidente da Casa e do Congresso, o senador Eunício Oliveira (MDB-CE), durante próxima reunião do Congresso Nacional, que só deverá retomar os trabalhos em abril.
O articulador político do governo de Michel Temer garantiu que está fazendo isso ;de acordo com as mais absolutas convicções; e não pretende delegar a outro parlamentar essa tarefa. ;Depois de uma análise que fiz nos dois últimos dias e, inclusive, consultando outros advogados e parlamentares advogados e juristas, eu estou convencido de que o ministro Barroso está abusando da sua autoridade e sendo imparcial nas suas decisões;, disse Marun, acrescentando que ainda não falou com o presidente sobre o assunto e ainda está redigindo o pedido de impeachment de Barroso. No ano passado, o Senado recebeu pedidos de impeachment dos ministros do STF: Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli.
O chefe da Secretaria de Governo afirmou que o principal argumento na petição será a falta de decoro. ;O STF é lugar para disputas jurídicas e não pode ser instrumento de disputas políticas;, afirmou ele, criticando as decisões de Barroso, que vetou o indulto natalino para os condenados por corrupção, e autorizou a quebra de sigilo bancário do presidente Temer. ;Sr. Barroso foi advogado do terrorista Cesare Batisti. Ele soltou e mandou para casa o José Dirceu, Delúbio Soares e o José Genoino;, afirmou ele. ;E essa diferença de tratamento entre o decreto de indulto e revela preferência político-partidária e isso é incompatível com o exercício da função de juiz do STF;, afirmou.