O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou nesta sexta-feira (9/3) que a definição sobre a vaga de vice de sua chapa à Presidência da República deve acontecer apenas mais perto do período eleitoral - e que até lá as negociações continuam.
"Estamos em março ainda, isso é só em julho ou agosto", voltou a dizer o presidenciável tucano, citando em seguida versos do poema "O caçador de Esmeraldas", de Olavo Bilac, que costuma recitar quando abordado sobre o tema.
Alckmin disse ainda respeitar a posição do DEM de lançar um candidato próprio na disputa, o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), mas lembrou que ainda há tempo para negociação, uma vez que as campanhas começam apenas em agosto.
"Esta vai ser uma campanha curtinha, são só 45 dias", pontuou o candidato do PSDB, que também se esquivou de comentar a disputa pela sua sucessão no partido. "Quando se tem mais de um candidato, tem que escolher. Pode ser convenção, que é um ambiente mais fechado, ou pode ser prévias", declarou. A disputa conta com no mínimo quatro interessados e as prévias estão marcadas para os dias 18 e 25 de março.
Alckmin visitou nesta manhã desta sexta-feira um mutirão do Estado para zerar as cirurgias de catarata já agendadas em São Paulo. A intenção é realizar nos próximos dois meses cerca de 6 mil procedimentos.
Mais tarde, em café com jornalistas e ao lado do secretário da Saúde do Estado, David Uip, Alckmin disse acreditar que está eleição será menos difícil que a enfrentada por ele em 2006, quando disputava a presidência com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , o qual chamou de "incumbente". Ele também disse não acreditar que o presidente Michel Temer vá disputar as eleições.
Alckmin corre com uma agenda de inaugurações no Estado este mês, o último antes da desincompatibilização. Na área da saúde, ele pretende participar da inauguração de cinco hospitais e duas AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades), além de um centro de reabilitação. Ele negou no entanto que essa agenda esteja relacionada às eleições.
O governador também se queixou da necessidade de deixar o cargo para concorrer, como determina a legislação, porque deixa determinados candidatos em desvantagem em relação aos que tentam a reeleição. Em sua visão, essa regra deveria ser revista, uma vez que é do tempo em que não existia a possibilidade de recondução.