Os secretários de segurança de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, Estados que fazem divisa com o Rio de Janeiro, foram à capital fluminense pedir nesta terça-feira, (27/2), uma troca ágil de informações de inteligência policial ao interventor federal, general do Exército Walter Souza Braga Netto.
As cúpulas da Segurança Pública dos quatro Estados do Sudeste se reuniram por mais de duas horas na sede do Comando Militar do Leste.
Os Estados querem celeridade e integração na área de inteligência para poder acionar os respectivos aparatos policiais nas divisas, quando necessário. Desde que a intervenção federal na segurança do Rio foi decretada pelo presidente Michel Temer, os Estados vizinhos ao Rio reforçaram o patrulhamento nas cidades de fronteira, acionando planos de contingência, com envio de unidades especializadas, helicópteros e até drones.
Havia um temor pela possibilidade de migração do crime organizado, caso houvesse uma saturação realizada pelas Forças Armadas no Rio, o que não ocorreu. Autoridades federais vocalizaram o risco, entre elas o então ministro da Defesa, Raul Jungmann, que assumiu hoje o novo ministério da Segurança Pública.
Na reunião desta terça, porém, o risco de evasão de criminosos foi minimizado pelo interventor e também pelos secretários, conforme fontes que escutaram as avaliações. Eles avaliaram que esse é um problema menor e não causa receio aos secretários dos quatro Estados.
Conforme nota do Comando Militar do Leste, "foram estreitados ainda mais os laços de cooperação" e "discutidas providências para prevenir uma indesejável extrapolação, para além das divisas do Rio de Janeiro, dos efeitos decorrentes das medidas que estão sendo adotadas no Estado".
Estavam presentes também integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Comando Conjunto/Militar do Leste, Força Nacional e da Secretaria Nacional da Segurança Pública, além da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e de policiais civis e militares dos Estados. Participaram ainda o novo secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, e o chefe do Gabinete de Intervenção Federal, general Mauro Sinott.
Os secretários Mágino Alves (SP), Sérgio Menezes (MG) e André Garcia (ES) fizeram a primeira reunião com o interventor e ficaram de marcar um novo encontro. Nenhum deles concedeu entrevista ao fim da reunião, por orientação do general Braga Netto.
Depois de cobranças para auxiliar na segurança de outros estados cujos índices de criminalidade são ainda piores do que os do Rio, Temer disse nesta terça que os esforços não ficarão restritos ao estado.