Quem é mais simpático a Haddad afirma que o programa a ser apresentado aos aliados vai relacionar o discurso de esquerda com todas as mudanças que estão acontecendo no Brasil. Como seria a reforma da Previdência das legendas ditas progressistas, bem como as mudanças que seriam feitas nas leis trabalhistas, comparada às alterações do governo Michel Temer. Na carta, um discurso voltado para uma política econômica mais atenta à população, com críticas às desonerações do governo Dilma. ;São documentos que poderão ser implementados até mesmo se o PT não for cabeça de chapa em outubro;, diz um petista de São Paulo. Seria, então, viável o PT abdicar da precedência na composição política? ;Infelizmente, não;, lamenta o mesmo militante.
Ex-ministro do esporte nas gestões Lula e Dilma, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) lembra que, há quatro meses, as fundações dos principais partidos de esquerda estão dialogando em busca da elaboração de um documento comum de atuação política. ;A única que se propôs a participar apenas como expectadora foi a fundação do PSol. A primeira versão já foi concluída e encaminhada a eles para o acréscimo de sugestões;, declara Orlando. ;Se Haddad quiser ter acesso a esse material já iniciado, poderá ser muito útil a ele;, sugere.
O parlamentar paulista afirma que o ex-ministro é um bom gestor, assim como foi Palocci. Mas não o vê como um bom candidato à Presidência da República. Outro colega de bancada de Orlando Silva não vê muitas brechas para o PT viabilizar um nome competitivo até outubro. ;Especialmente depois da sentença proferida no TRF-4 (Tribunal Regional Federal de Porto Alegre). A saída para nosso campo são as candidaturas dos diversos partidos;, afirma o comunista. No caso do PCdoB, a pré-candidata é a deputada estadual do Rio Grande do Sul Manuela D;Ávila.