A defesa da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) entrou nesta quarta-feira (10/1) no Tribunal Regional da 2; Região (TRF2) com recurso contra a decisão de terça-feira (9/1) do vice-presidente da Corte, desembargador Guilherme Couto de Castro, que rejeitou o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar que impede a deputada de tomar posse como ministra do Trabalho. A posse da deputada no cargo estava marcada para essa terça-feira.
O recurso no TRF2 foi distribuído para o desembargador Reis Friede, que está analisando o pedido. A AGU também informou que recorrerá da decisão do desembargador Guilherme Couto de Castro.
Liminar
O juiz Leonardo da Costa Couceiro, titular em exercício da 4; Vara Federal em Niterói, no Rio de Janeiro, concedeu liminar na segunda-feira (8/1) suspendendo a eficácia do decreto que nomeou a deputada como ministra.
A liminar foi concedida em resposta a uma ação popular do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes. A entidade diz que a nomeação de Cristiane Brasil ;ofende a moralidade administrativa;. Segundo o movimento dos advogados, a deputada ;praticou pessoalmente graves violações das leis trabalhistas, flagradas e comprovadas em, pelo menos, duas demandas judiciais;.
Depois que seu nome foi anunciado como ministra do Trabalho, surgiram informações de que Cristiane tem dívidas trabalhistas com ex-funcionários. Com base nos argumentos, o juiz decidiu, preliminarmente, que conceder a liminar sem ouvir os réus se justificaria ;diante da gravidade dos fatos sob análise;. Ele destacou ter verificado ;flagrante desrespeito à Constituição Federal no que se refere à moralidade administrativa;, quando se pretende nomear para o cargo de ministro do Trabalho ;pessoa que já teria sido condenada em reclamações trabalhistas;.
Formada em Direito, a carioca Cristiane Brasil Francisco ingressou na carreira política em 2003 e exerceu três mandatos de vereadora da cidade do Rio de Janeiro. Em 2014, foi eleita deputada federal pelo estado.