Rodolfo Costa , Alessandra Azevedo
postado em 27/12/2017 18:30
O governo sofreu mais uma baixa. O ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, pediu demissão nesta quarta-feira (27/12). Ele é o terceiro auxiliar do presidente Michel Temer a abandonar o governo federal em pouco mais de dois meses. A decisão foi tomada, segundo líderes do PTB, o partido do agora ex-ministro, por uma vontade de se reeleger nas eleições de 2018.
No lugar dele, entrará o correligionário Pedro Fernandes (MA). O deputado federal foi indicado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, e pelo líder da legenda na Câmara, Jovair Arantes (GO). "Primeiro foi um susto, mas tudo bem. Se o partido está indicando, acho uma boa. Vamos tentar, ver o que vai dar", afirmou Fernandes. "Se der tudo certo, tem nomeação ainda esta semana, e, na próxima semana, assumo", disse.
O pedido de demissão de Nogueira foi feito ao lado de Jefferson e Arantes, em reunião com Temer. O encontro teve início às 16h30, no Palácio do Planalto. Pouco antes, por volta das 14h, Arantes conversou, por telefone, com Fernandes para convidá-lo a assumir o posto de Nogueira, que também participou da ligação. Em seguida, a indicação foi levada ao Planalto.
Segundo Fernandes, Nogueira já tinha previsão de sair do ministério em dezembro, para "aproveitar o recesso e descansar". A decisão de abandonar o governo federal veio justamente no dia em que o mercado de trabalho formal fechou 12,3 mil postos de trabalho em novembro, o primeiro resultado negativo após sete altas consecutivas.
O agora ex-ministro vinha enfrentando pressões após ter editado uma portaria que estabelece novas regras para a caracterização de trabalho análogo à escravidão, e para a atualização do cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a tal condição. O texto chegou a ser suspenso por decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).