De acordo com a procuradora, as organizações criminosas inflitradas na política agem com "desfaçatez" para enganar as autoridades. "Algumas quadrilhas foram desbaratadas, mas muitas continuam a agir, com desfaçatez, à luz do dia e em conluios que não escapam a registro, a câmeras de vídeo e a colaborações. Outras escondem quantias milionárias, às vezes de modo tão petulante e displicente que nos dão a certeza de que não temem a punição", declarou.
As afirmações de Raquel Dodge remetem a casos emblemáticos investigados na Operação Lava-Jato, como a ação controlada da Polícia Federal que flagrou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures carregando uma mala com R$ 500 mil em espécie em São Paulo.
O caso de Rocha Loures foi usado na denúncia contra o presidente Michel Temer, por corrupção. O Ministério Público vê ligação entre o dinheiro e o presidente, por conta do ex-deputado ter sido assessor do chefe de Estado. A Câmara dos Deputados, no entanto, barrou o processo contra o presidente.