Como Gonzaga é ministro e detentor de foro privilegiado, a acusação tramitará apenas no Supremo Tribunal Federal (STF), mas precisa ser aceita pela Corte para que o ministro se transforme em réu. De acordo com a defesa do ministro, depois do episódio, o casal se desfez e hoje vive em casas separadas.
Élida disse, em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, que Admar derramou enxaguante bucal em seu corpo e empurrou seu rosto com as duas mãos durante uma discussão, no banheiro do casal. Com o olho roxo, ela afirma que o ministro a machucou fisicamente e verbalmente, xingando-a de ;prostituta;, ;vagabunda; e ;escrota;, além de dizer que ela não valia o que ele ;representa; ; o cargo de membro do Judiciário.
Além das agressões, Élida disse ainda que sofreria ;pressão psicológica; em casa, porque, como à época dependia financeiramente de Gonzaga, ele a subjugava, ;valendo-se de seu status de ministro do TSE;. A vítima qualificou ainda Admarcomo um homem ;bastante agressivo;.
No mês passado, o ministro enviou um documento ao Supremo negando as acusações de que teria agredido a mulher e que, em vez de apanhar, ela escorregou no enxaguante bucal durante uma discussão.
Segundo o advogado Pedro Machado de Almeida Castro, a defesa ficou ;sabendo do caso pela imprensa e sequer teve acesso aos autos;. Ele alegou que sabia da investigação, mas o que não tinha conhecimento era a denúncia da PGR.
;Mas já nos manifestamos. Existe um mal entendido. O casal está separado, vivendo em casas diferentes, mas havia uma tentativa de reaproximar. A exploração da mídia nesse caso, inclusive, atrapalha esse processo;, contou ao Correio.
Pedro Machado informou que Admar Gonzaga e Élida Matos viveram juntos por 11 anos e que ;não sabe nem se eles chegaram a se casar;. Admar Gonzaga é advogado especialista na área eleitoral e foi nomeado como ministro do TSE pelo presidente Michel Temer em abril. Ele foi o mais votado de uma lista tríplice enviada pelo STF à Presidência da República.