O desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3; Região (TRF3), concedeu hoje (15/11) um habeas corpus, em caráter liminar (decisão provisória), para soltar o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Pucinelli, preso preventivamente na manhã de terça-feira (14/11) pela Polícia Federal na quinta fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Papiro de Lama.
O filho do ex-governador, André Pucinelli Júnior, também foi libertado. Segundo as investigações, ele e o pai, que comandou o executivo de Mato Grosso do Sul entre 2006 e 2014, chefiaram por quase 10 anos um esquema de corrupção responsável por mais de R$ 235 milhões em prejuízo aos cofres do estado.
Além da prisão dos dois, a PF cumpriu outras 26 ordens judiciais, sendo duas de prisão temporária e 24 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em quatro cidades, entre elas Campo Grande e São Paulo. André Pucinelli e André Pucinelli Júnior encontram-se no Complexo Penitenciário de Campo Grande e aguardam do cumprimento do habeas corpus. Os terão que devolver cerca de R$ 22 milhões aos cofres públicos.
O nome da operação deflagrada nesta terça-feira, a Papiro de Lama, decorre de uma das formas da organização criminosa desviar recursos públicos por meio da compra fraudulenta de livros jurídicos, sem justificativa plausível, por uma concessionária de serviços públicos. Essa foi apenas uma das formas de atuação do grupo criminoso. Segundo a PF, a Controladoria-Geral da União no MS e a Receita Federal, órgãos que atuam de forma conjunta nas investigações, o grupo criminoso agia de diversas maneiras para desviar recursos públicos, entre elas a fraude em obras públicas, como a construção e reforma de estradas.