A intenção é retomar e finalizar 7,44 mil obras que estavam paradas ou em ritmo lento. O projeto prevê ações em rodovias, ferrovias, hidrovias, aeroportos e portos. E também em áreas sociais, como habitação, saneamento e drenagem, recursos hídricos, mobilidade urbana, contenção de encostas e centros de artes e esportes unificados, creches, quadras, unidades básicas de saúde, entre outras.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), João Carlos Martins, avalia que o governo tenta recuperar a confiança dos empresários. Mas discorda de que seja um agrado para sinalizar que a reforma da Previdência pode não sair. ;A reforma vai sair. Não tem como ninguém aguentar o estratosférico rombo;, ponderou.
Foi o primeiro evento público do presidente após a Câmara enterrar a segunda denúncia contra ele, por corrupção passiva e obstrução de justiça. ;Ao longo dos últimos cinco meses, muita gente temeu por uma crise política, mas veja só, debelada a recessão, foi nesse período que a economia voltou a crescer;, disse Temer. ;Fomos contestados do ponto de vista da oposição aguerrida e orgânica que não aceitou o governo posto e legitimado. Depois, fomos contestados do ponto de vista moral, mas eu sempre afirmei que as coisas viriam à luz;, lembrou.
Em todos os discursos proferidos, foi possível ler nas entrelinhas alfinetadas internas do governo. Responsável por definir o caderno de obras, o ministro da Secretaria de Governo, Moreira Franco, aproveitou para criticar o rigoroso fiscalismo do titular da Fazenda, Henrique Meirelles. ;Asseguro que Meirelles não deixará faltar dinheiro para esses projetos;, brincou Moreira.
Como uma maneira de agradar à base aliada e reverter a impopularidade, o Nordeste será a região com o maior número de obras contempladas: 3.186, com investimentos de R$ 19 bilhões. Por outro lado, nada menos que 2.254 obras estão ligadas à pasta da Saúde, do ministro Ricardo Barros, do PP, um dos partidos que mais cobra a reforma ministerial e namora a pasta de Cidades, hoje nas mãos do PSDB.