Ezequiel Trancoso - Especial para o Correio
postado em 07/11/2017 13:16
Após o presidente Michel Temer admitir a possibilidade de o governo não conseguir aprovar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou hoje (7/11) que não interpretou tais declarações de um "jeito tão pessimista". Em entrevista coletiva no salão verde da Casa, Maia reconheceu, no entanto, que, por se tratar de um tema "muito polêmico", não é possível estar otimista em relação à aprovação da matéria, considerada prioridade na agenda política da gestão Temer.
[SAIBAMAIS]"Sempre se vende a tese de que a reforma da Previdência vem para tirar dos pobres, e o que o projeto trata, de forma fundamental, é exatamente o contrário. Você tem uma Previdência onde há um sistema de transferência de renda dos que ganham menos para os que ganham mais", argumentou o presidente da Câmara. Maia também destacou que, sem a reforma, o país pode ter que fazer, em um ou dois anos, uma reforma da Previdência "igual a de Portugal e da Grecia, que cortou aposentadorias".
Maia também avaliou que não é possível "cobrar" dos deputados uma posição mais enfática de apoio à reforma, uma vez que, segundo ele, os parlamentares que votaram pelo arquivamento da segunda denúncia contra Temer já "tiveram uma atitude muito corajosa". "O que eu acho que o governo precisa, e já disse isso ao presidente, é chamar os seus líderes e seus presidentes dos partidos individualmente e tentar ais uma conversa,de forma bem tranquila, mostrando qual é o impacto da não realização da [reforma da] Previdência já em 2018", salientou.
Segurança pública
Prioridade da pauta da Câmara nessa semana, o tema segurança pública também foi abordado por Rodrigo Maia, que disse esperar "avançar bastante" na agenda de votações sobre o assunto. Somente hoje, devem ser votados projetos como o que sugere punições mais duras para assassinos de policiais, que trata do bloqueio de celulares em presídios, e que revoga o dispositivo que reduz os prazos de prescrição de crimes cometidos por menores de 21 anos e maiores de 70 anos.