Os três foram citados na delação premiada de executivos da Odebrecht, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em janeiro deste ano.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht declarou que repassou R$ 14 milhões a Palocci e R$ 2,5 milhões a Skaf, a pedido de Steinbruch. Em 20 de outubro, o delegado Milton Fornazieri Júnior, um dos que comandam a investigação em São Paulo, solicitou ao juiz federal Sérgio Moro, da 13.; Vara Federal em Curitiba, documentos ligados à delação da Odebrecht.
[SAIBAMAIS]A transferência estava ligada, segundo o executivo, a um ;compromisso; assumido por Steinbruch com o PT e com o presidente da Fiesp - por causa de sua campanha ao governo de São Paulo. Skaf foi candidato duas vezes: em 2010, pelo PSB, e em 2014, pelo PMDB.
De acordo com os delatores, os valores foram repassados por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o ;departamento de propinas; da empreiteira, segundo investigações. As quantias não foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em junho, o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, determinou que o trecho da delação da Odebrecht que cita Skaf, Palocci e Steinbruch fosse remetido à Justiça Federal em São Paulo, sob o argumento que os fatos teriam ocorrido na capital paulista.
Na ocasião, tanto Skaf quanto Steinbruch defenderam a remessa para São Paulo. A defesa do presidente da Fiesp alegou que os fatos envolveriam ;tão somente contribuições eleitorais;. Já Steinbruch argumentou que os fatos não teriam relação com a Petrobras, devendo ser remetidos à Justiça Eleitoral de São Paulo ou à Justiça Federal do Estado.
Defesas
Por meio de nota, a assessoria de comunicação de Skaf disse que todas as doações recebidas por sua campanha ao governo de São Paulo ;estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo;. Afirmou ainda que o presidente da Fiesp ;nunca pediu nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas;.
A reportagem procurou Steinbruch e a defesa de Palocci, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.