Admitindo ser um homem polêmico e ressaltando que tem orgulho disso por dizer o que pensa, Maluf disse que conhece Temer há mais de 30 anos e que ele foi eleito por três vezes presidente da Câmara porque seus colegas reconheceram nele "valores que o dignificam".
Membro da CCJ, Maluf lembrou que já presidiu seu partido e que, assim como Temer pediu recursos para o então candidato à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, ele também o fez em outras campanhas. "Eu pedi e Michel Temer também", declarou. Em uma clara provocação aos petistas, Maluf lembrou que apoiou a candidatura de Fernando Haddad para a prefeitura paulistana e que, na ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi almoçar em sua casa para pedir apoio ao candidato petista em 2012.
Maluf pregou que se espere o término do mandato de Temer e afirmou que Procuradoria da República não é partido político. "O que Janot fez de terrorismo em investimentos nacionais e estrangeiros no País não tem retorno", insistiu. O deputado também enalteceu o trabalho do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) e criticou os tucanos por terem condenado sua indicação para a função. "O relatório do colega Bonifácio é um primor", disse.
"Orcrim"
Autor de um dos votos em separado que pede a admissibilidade da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Major Olímpio (SD-SP) subiu o tom na CCJ ao defender as investigações contra os governistas. Para o deputado, o grupo se juntou em uma organização criminosa, que ele chamou de "Orcrim". "É o primeiro comando do Planalto mesmo, mais perverso que o PCC", disse.
Olímpio leu a carta de Temer enviada aos parlamentares e ironizou o conteúdo. O deputado chamou o presidente de "indecente e imoral". "É a maior e mais perigosa quadrilha que existe no Brasil hoje. Aqui poucas lideranças do PCP (primeiro comando do Planalto) estão recolhidas, serão recolhidas, não tenho dúvida disso, o tempo vai mostrar", acrescentou.
O deputado disse ter como única esperança a pressão da opinião pública para reverter votos a favor da denúncia. "Aqui a carta está marcada", lamentou.
A sessão da CCJ foi interrompida para almoço dos parlamentares. Os trabalhos devem ser retomados por volta das 15h.