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Politica

Raquel Dodge não convida investigados na Lava-Jato para festa de posse

Entre os presentes, estarão quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), uma turma de procuradores, juízes, parlamentares e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg

O evento é tradição do Ministério Público Federal (MPF). Quem organiza é a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) ; cujo presidente, José Robalinho Cavalcanti, fez questão de escolher os vinhos servidos na noite. Tanto ele quanto Dodge são apreciadores da bebida. O escolhido foi o português Marquês de Montemor. Além do vinho, espumante e uísque também serão servidos no evento.
A decoração ficou por conta de Virgínia Dark. O buffet, por sua vez, é próprio da casa de festas. Entre as iguarias que serão servidas no jantar, está um prato à base de camarão. Antes disso, no entanto, os convidados poderão degustar um coquetel volante.
Mais de duas mil pessoas foram convidadas, mas os parlamentares foram o maior problema. Raquel Dodge preferiu não convidar os investigados pela Operação Lava-Jato, e muitos ligaram na Procuradoria atrás de assentos na recepção. Ainda hoje, no dia da posse da nova PGR, senadores e deputados tentavam se comunicar com o cerimonial responsável pelo evento. Na Procuradoria-Geral, contudo, chegou-se à conclusão de que era uma questão de bom senso não convidar quem é investigado pela instituição.
Apesar da intenção de não receber investigados na Lava-Jato, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE) acabou comparecendo ao evento. Segundo apurou a reportagem, o convite a ele teria sido feito por "questão de respeito". Outros políticos presentes foram os ministros da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e da Educação, Mendonça Filho. Entre os representantes do STF estavam o ministro Marco Aurélio Mello e o ex-ministro Ayres Britto.

Posse

Há 30 anos no Ministério Público Federal, a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tomou posse na manhã desta segunda-feira (18/9). Durante o discurso, a primeira mulher a assumir a chefia do Ministério Público Federal (MPF) fez um duro pronunciamento contra a corrupção, ao lado do presidente da República, Michel Temer, e dos presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), todos denunciados no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
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[SAIBAMAIS]Durante sua fala, Dodge afirmou que o MP tem o dever de cobrar dos que gerenciam o gasto público que o façam de modo honesto, eficiente e probo, "ao ponto de restabelecer a confiança das pessoas nas instituições de governança". A nova procuradora geral escolheu uma fala do papa Francisco para criticar os corruptos.

"A corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver. O corrupto está tão fechado e satisfeito em alimentar a sua autossuficiência que não se deixa questionar por nada nem por ninguém. Construiu uma autoestima que se baseia em atitudes fraudulentas. Passa a vida buscando os atalhos do oportunismo, ao preço de sua própria dignididade e da dignidade dos outros", ressaltou Dodge citando o papa.