O líder do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, administra as sanções contra funcionários do governo da Venezuela, segundo uma carta divulgada nesta segunda-feira (11/9) pelo Legislativo venezuelano, controlado pela oposição.
Tajani enviou comunicados aos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, para pedir "medidas restritivas individuais e seletivas contra os responsáveis" de uma política de "repressão", indica o documento divulgado pela câmara no Twitter.
Dirigida ao presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, a carta desconhece a "fraudulenta instalação" de uma Assembleia Constituinte impulsionada pelo presidente Nicolás Maduro que rege o país petroleiro como um suprapoder.
[SAIBAMAIS]"Denunciei, como presidente do Parlamento Europeu, à Assembleia Nacional Constituinte que não reconhecemos, assim como os actos que emanem dela", indica o texto.
Os Estados Unidos e uma dezena de países latino-americanos repudiaram essa instância, que a oposição diz ser uma manobra de Maduro para instaurar "uma ditadura".
Na sexta-feira, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, indicou que os 28 podem iniciar "nos próximos dias" o debate sobre as opções do bloco europeu para responder à crise política venezuelana, entre elas a possibilidade de sanções.
Borges realizou na semana passada uma viagem pela Europa, na qual se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, e a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Depois desse périplo, Maduro pediu para processar Borges e outros líderes opositores por "traição à pátria", acusando-os de promover sanções contra o país.
No dia 25 de agosto, um decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibiu negociar a dívida emitida pela Venezuela e pela estatal petroleira PDVSA. Isso após medidas individuais contra Maduro e vários de seus colaboradores.