"Você sabe que no plano jurídico, quando alguém começa a agir suspeitamente, você tem que arguir da suspeição, e quem decide é o Judiciário. O Judiciário é que vai decidir o que deve haver, se há suspeição, se não há suspeição. O que não se pode é manter o silêncio. Mas foi o que o advogado fez", disse o presidente, conforme transcrição da entrevista coletiva pela assessoria do Planalto.
Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou pedido da defesa de Temer e deu aval para Janot seguir na condução das investigações contra o presidente. Temer afirmou que seu advogado deve pedir para que o plenário da Corte analise a questão. A defesa do peemedebista alega que o procurador extrapolou seus limites legais nas investigações.
Questionado sobre a devolução do acordo de colaboração premiada do operador Lúcio Funaro à Procuradoria, Temer afirmou que a atitude do ministro Fachin ao entregar o acordo novamente a Janot demonstra que a delação pode conter equívocos. "Deve haver algum equívoco na delação, certamente nós vamos esclarecer. Eu suponho até que o procurador deverá esclarecer e vai devolver", disse o presidente.
Temer procurou defender os atos do governo sobre a extinção de uma reserva mineral na Amazônia. Ontem, a Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu decreto do presidente sobre o tema. "Nós vamos nos pronunciar sobre isso", disse Temer, reforçando "que há preservação absoluta de toda e qualquer área ambiental e qualquer área indígena".
Investimentos
Ao comentar a conversa com os empresários chineses, Temer disse que há uma "confiança extraordinária" no Brasil, especialmente no setor de energia. A Eletrobras é um dos ativos que está sendo colocado pelo governo à disposição da iniciativa privada. Temer declarou que os empresários revelaram interesse no pacote de concessões, mas não anunciaram nenhuma intenção concreta.
Em uma escala da viagem, Temer parou em Astana, no Cazaquistão. Lá, segundo ele, foi informado por um empresário local com ativos no Brasil de um novo investimento de US$ 1 bilhão no setor de infraestrutura na Bahia. O presidente não identificou o empresário.