O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, concedeu prisão domiciliar a Samir Assad, irmão do operador financeiro Adir Assad. À reportagem, o novo advogado dos dois, Pedro de Andrade, disse que foi uma "vitória" a soltura de Samir. Ele fez o pedido levando em consideração o tempo de prisão do investigado, sua idade e condições de saúde.
A soltura de Samir é mais um sinal de que a negociação de colaboração premiada dos irmãos avança.
Pedro de Andrade assumiu a defesa dos irmãos Assad ontem, após o advogado Miguel Pereira Neto oficializar a renúncia do caso. Pereira Neto informou em outras ocasiões que não participaria de um eventual acordo de delação premiada, que vem sendo tentado pelo operador financeiro Adir Assad nos últimos meses no âmbito da Operação Lava-Jato.
O novo advogado admite que houve uma mudança na estratégia de defesa dos irmãos, que ontem confessaram crimes durante audiência no Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro se manifestou a favor da conversão da prisão em regime domiciliar e o pedido foi atendido por Bretas.
"De fato, considerando que Samir demonstra total cooperação com a instrução do feito, chegando a confessar os fatos narrados na denúncia, há que se reconhecer que se encontra esvaziado o fundamento da garantia da aplicação da lei penal como sustentação da custódia cautelar", apontou o MPF.
Samir Assad foi preso em agosto do ano passado na Operação Irmandade, um desdobramento da Operação Pripyat, em que se investigou desvio nas obras de Angra 3 da Eletronuclear.