A Justiça negou o pedido do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou 60 dias para buscar novas provas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Lava-Jato. A ideia do MPF era colher elementos nas delações dos executivos da Odebrecht e incluir tudo na denúncia em que Lula é acusado de tráfico internacional de influência, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A decisão é do juiz Vallisney de Sousa de Oliveira, da 10; Vara Federal de Brasília, cuja sentença destacou que "novas provas poderão ser produzidas no decorrer do processo".
[SAIBAMAIS] Procuradores que participam da força-tarefa da Lava-Jato no MPF, em São Paulo, pediram novos depoimentos dos executivos na última terça-feira. O juiz negou na sexta, alegando ser "incabível numa ação penal instaurada, em que já houve resposta escrita, o sobrestamento do processo para que se façam diligências complementares;. Vallisney afirmou, ainda, que a denúncia foi ofertada e recebida, e que os fatos supervenientes podem ser melhor conhecidos no decorrer da instrução. ;Se houver continuidade (no processo), é neste momento que será apropriado analisar as respostas da acusação;.
Além de Lula, também são réus Marcelo Odebrecht, um dos 78 delatores ligados à empreiteira que leva o nome de sua família; e Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente. Este último qualificou o pedido do MPF como uma ;investigação paralela;, e o magistrado de Brasília concordou. Vallisney lembrou que os depoimentos dos executivos da Odebrecht já foram incluídos no processo e que, no decorrer do mesmo, eles poderão ser ouvidos novamente.
De acordo com as investigações, Lula teria sido pago para defender os interesses da Odebrecht em outros países. O repasse era justificado pela subcontratação da empresa Exergia Brasil, criada em 2009 por Taiguara. O ex-presidente foi acusado 44 vezes por lavagem de dinheiro.