O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que sua posição agora é de que não é preciso mais pressa para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer e que caberá à oposição conseguir mobilizar a base para conseguir o quórum mínimo para a votação. "Pode ser que até 31 de dezembro de 2018, se eles conseguirem, a gente bota pra votar. Se não, vão processar o próximo presidente", disse Jucá, após cerimônia no Planalto.
Questionado o que havia mudado, já que o próprio presidente Temer vinha defendendo pressa para derrubar a denúncia, Jucá afirmou que "mudou a interpretação dos fatos". "Quem tem que ter voto não é o governo", disse.
Jucá lembrou ainda o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e afirmou que, na ocasião, a oposição conseguiu formar o quórum. "Na hora que tivemos que salvar o Brasil e tirar a Dilma, nós colocamos mais de 342. Agora cabe à oposição, acho difícil eles colocarem, mas estaremos à disposição para debater e votar no dia que conseguirem. Acho que a gente vai esperar muito."
O senador evitou polemizar em relação à decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de condicionar a votação ao entendimento de que é preciso 342 presentes na sessão para começar os trabalhos e também afirmar que só colocaria o tema em votação com pelo menos 450 presentes na Casa. "Maia é um aliado, foi importante em todas votações e será em votações futuras", disse.
Jucá repetiu diversas vezes que o governo "não tem pressa" e que está tranquilo, pois o processo contra Temer "não tem base legal".