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Temer não pode se ocultar em manobras ilícitas, diz OAB sobre trocas na CCJ

São necessários 34 votos para aprovar o parecer do relator na Comissão, favorável à denúncia contra Temer por corrupção passiva

O presidente nacional da Ordem dos Advogados (OAB), Claudio Lamachia, afirmou nesta terça-feira (11/7), que ;O Estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes;. Sem votos para garantir uma vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base aliada do presidente Michel Temer (PMDB) formalizou na manhã de segunda-feira (10/7), mudanças na composição do colegiado.

A CCJ é composta por 66 parlamentares. São necessários 34 votos para aprovar o parecer do relator na Comissão, favorável à denúncia contra Temer por corrupção passiva. Independentemente do resultado, a denúncia segue para o plenário.

Para Lamachia, ;já estão em curso liberações de verbas do Orçamento para parlamentares em troca de votos em defesa do presidente da República;.

"O Estado brasileiro não pode continuar sendo moeda de troca para acobertar crimes de seus agentes. Isso depõe não apenas contra o presidente, mas contra o conjunto das instituições políticas, e soa como deboche à sociedade. É crime de lesa-democracia", afirmou Lamachia.

"O gesto mínimo de grandeza que se espera do presidente da República é que não fuja às suas responsabilidades e responda às acusações. Se é inocente, não há por que se ocultar em manobras ilícitas. Não faz sentido defender-se da acusação de um crime praticando outro. E é o que ocorrerá se sabotar o processo."

Pelas contas do governo, Temer tem, atualmente, entre 39 e 41 votos da CCJ, depois das trocas de parlamentares da comissão por deputados considerados mais confiáveis pelo Planalto. No entanto, o governo sabe que está sujeito a nova traições e está atento a driblá-las.