"Eu não brigo com ele, ele é que briga comigo. O ministro Gilmar não briga só comigo, briga com muita gente, e vocês podem constatar que eu não tenho nenhum protagonismo contra ele. O que eu tenho são respostas quando ele se refere a mim", respondeu Janot ao jornalista Roberto D;Ávila, em entrevista exibida na noite de ontem pelo canal GloboNews.
Sobre a reação do presidente Michel Temer diante da denúncia apresentada por ele, o procurador-geral afirmou que "é uma técnica que não é desconhecida pelo Ministério Público de as pessoas investigadas ou denunciadas não se referirem aos fatos, mas tentarem desconstituir ou desacreditar a figura do investigador". Em relação às críticas à denúncia que apresentou contra o presidente, Janot afirmou que "a narrativa é fortíssima": "Se isso é fraco, eu não sei o que seria forte".
O procurador-geral defendeu o acordo feito com o empresário Joesley Batista e negou que ele tenha gravado a conversa com Temer já sob orientação do Ministério Público. "Ele fez essa gravação para nos convencer, no futuro, a aceitar a colaboração dele. Em sã consciência, nenhum brasileiro iria acreditar em um sujeito que se apresenta para uma colaboração, é investigado em primeiro grau por ilícitos e diz assim: eu conversei com o presidente da República e nós acertamos um interlocutor para depois acertarmos ilícitos." Janot afirmou que, ao ouvir a gravação pela primeira vez, ficou "chocado" e sentiu "náuseas".
O procurador reclamou dos vazamentos das investigações, garantiu que não vai se candidatar a nenhum cargo político e fez elogios burocráticos a Raquel Dodge, que vai substituí-lo na função a partir de setembro.